É com muita alegria que convido-os, queridos amigos e amigas, para a estreia de “O lugar de todas as coisas” – em concerto com o Quarteto Osesp, neste domingo (28), às 18h, na Sala São Paulo.
Este será um concerto bastante especial, que terá também “Fratres”, de Pärt, e o “Quarteto com Piano em Si bemol maior”, de Saint-Saëns:
http://www.osesp.art.br/concertoseingressos/concerto.aspx…
Esta obra é a segunda escrita para o Quarteto Osesp nesta temporada – em que tive a imensa honra de estar como Compositor Residente deste formidável grupo…
Para quem quiser conhecer a primeira peça escrita nesta residência – “Goldberg: Diálogos Entre Duas Eras” – deixo o link:
https://youtu.be/HKT4enrA9UY?t=990
Espero encontrar todos neste domingo!
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As formas desta peça são numerosas. Universos sonoros são criados a cada instante. Na escuta, ao reter a atenção nas aparências, o ouvinte poderá se perder em meio às incontáveis sonoridades. Ainda assim, esta é uma obra sobre o silêncio. Há um grande abismo entre a aparência e a essência. O fluxo sonoro é eterno… Ao início, uma escolha deve ser feita. Pode-se escolher entre ouvir os sons, ou ouvir através dos sons. No ato de ouvir sem nomear não há conflito. Há apenas a liberdade… No sonho, em um instante, um mundo inteiro é criado. O sonhador apenas assiste, sem nenhum controle sobre os personagens ou acontecimentos. O sonhador então acorda e, em um instante, um novo mundo é criado… O mundo é um teatro, performado para ti, enquanto assistes da primeira fila. “Nosso espetáculo acabou. Os atores que representaram para nós são, como eu havia te prevenido que seriam, espíritos, e todos sumiram, desapareceram. E, assim como o fundamento sem base dessa visão, as torres encimadas por nuvens, os maravilhosos palácios, os templos solenes, todo este grande globo – sim, com tudo dentro – vai se dissolver e, assim como esse desfile imaterial, vai se apagar sem deixar rastro.” (Próspero – A Tempestade, Shakespeare)O aqui se torna todos os lugares… O lugar de todas as coisas.